Pensamento Educacional de Platão e Aristóteles
Platão e Aristóteles são
os pensadores gregos que mais nos influenciaram. A partir deles, temos as bases
necessárias para a discussão filosófica sobre a educação. A educação para os
gregos visava à virtude e tinha uma relação direta com a política. A virtude
era considerada um modo de o homem mostrar sua superioridade em todos os sentidos,
inclusive na vida pública, nos negócios da cidade em prol da coletividade. A
tentativa de qualificar o homem pela virtude no universo grego tinha como meta
a construção de homens capazes de viver numa sociedade boa e justa.
A proposta dos filósofos gregos,
que entendiam o saber como um cuidado da vida interior, a disseminação do
conceito de psyché ( alma e mente) e sua relação com o soma
(corpo), o empreendimento pitagórico (passa-se à visão fantástica de que o
número seja a essência das coisas), e a Paidéia, ou o que hoje chamamos de processo de formação do homem
grego, não representava apenas uma mudança na forma de conceber a educação e
produzir o conhecimento, mas significou toda a perspectiva da concepção
ocidental do que podemos nominar como sendo o objetivo maior do ensino e da
aprendizagem.
A primeira conquista da
civilização ocidental, fundada na idéia de ensino e aprendizagem de modo
sistemático, vem da Filosofia inaugurada pelos gregos. Esse novo modo de
entender o conhecimento, como pressuposto para a construção do ser, foi buscar
na educação um processo relacional de construção da verdade. O legado grego,
portanto, é essa insistência que o ser humano possui de construir-se como
senhor de si, e não apenas dobrasse aos mecanismos de poder presentes no seu
contexto.
Platão exerceu uma grande
influência na educação grega, tendo sido o mais importante discípulo de
Sócrates. Ele o principal responsável pela transmissão escrita dos ensinamentos
do seu mestre. Além disso, criou as suas próprias idéias, demonstrando possuir
um notável zelo pelo saber. Sua proposta educacional e política não consistem
em apenas informações ou dados; os conteúdos propostos no senso platônico de
Educação são pressupostos para a formação do cidadão que vai dar sentido e garantia
para a cidade, a justiça deve ser o princípio fundante. Platão aponta uma
perspectiva que ainda alimenta a mística da educação como promoção e
qualificação do ser. Ou seja, uma coletividade justa e voltada para o bem nasce
de um processo em que os indivíduos são educados para a construção da justiça,
fundamentada ou mesmo justificada pela argumentação.
Segundo Aristóteles através da educação, o ser humano poderia alcançar
um nível mais elevado da sua existência, apesar de não ter o dom imortalidade,
poderia assemelhar aos deuses na busca do conhecimento. Nesse sentido, a
grandeza humana consiste no duplo movimento: não aceitar mais a determinação do
destino, mas também renegar que precisamos ser igual aos deuses. Cada ser humano assume a sua autoconstrução
como se fosse uma obra de arte. Com isso, a educação vai perdendo herança
divina para assumir um caráter de finalidade humana. O conhecimento na ótica
aristotélica representa uma nova etapa. Nele encontramos um modo de pensar
sobre a prática. Uma teoria que nasce da contemplação, mas que é aplicação, práxis.
Em Aristóteles, temos uma compreensão dialética da educação, para ele,
não há problema com a política (Platão) ou com o discurso (Sócrates), desde que
esses sejam acompanhados pela ética. Nele, a gestão do conhecimento é
necessária porque incide na questão do poder político. A compreensão realista
do conhecimento parece que resolve o problema da educação, mas possivelmente
aqui é que começam os empecilhos do ensinar e do aprender. Ele apresenta algo
diferente, que é a necessidade de cada integrante da coletividade ter um
esforço ético. Cada um deve fazer sua parte a partir do horizonte do exercício
virtuoso da cidadania, percorrido pelo bom uso do conhecimento, isso só
acontece pela virtude obtida pela educação das novas gerações, numa
perspectiva de construção interior da pessoa.
Portanto podemos concluir
que o ensino não é meramente uma transmissão de conceitos ou conteúdos, mas um
treinamento ontológico, uma forma de lapidar os seres para que possam conviver
de forma mais harmônica na sociedade.
Video sobre a educação na visão de Socrátes, Platão e Aristóteles
Referência
Bibliográfica
JARDIM, Alex Fabiano
Correa & BORGES, Ângela Christina & FREITAS, Gildete dos Santos et al.
Filosofia da Educação.
http://philosophiagrega.no.comunidades.net/index.php?pagina=1162110321.
Acesso em 29 de abril de 2012.
http://www.youtube.com/watch?v=Kw1JtPUx5dA
Sócrates tinha a crença de que a educação torna o homem melhor cidadão e, com isso, mais feliz. Doutrinava que a coisa mais valiosa que o homem pode possuir é o saber, que se obtém eliminando as diferenças entre os indivíduos e descobrindo os elementos essenciais com os quais todos eles estejam de acordo. Sócrates foi um grande mestre, dedicado à prática do ensino. Seu discípulo, Platão, desenvolveu uma das primeiras teorias sobre a educação. Na Republica, uma de suas grandes obras, encontramos o sistema educacional que, em sua opinião, asseguraria a existência de um Estado justo e feliz.
ResponderExcluirComo Platão acreditava serem os homens diferentes por natureza, devendo ser colocados em classes que correspondam às diferenças básicas, desenvolveu um plano educacional que atenderia a essa necessidade. Segundo esse plano, os homens seriam selecionados e preparados para trabalhar em uma das três classes por ele enunciadas. Durante os primeiros dezoito anos da vida, o jovem dedicar-se-ia à Ginástica, à Música e à Literatura, aprenderia a ler, escrever, representar e cantar e tomaria parte em muitos esportes. Aos 18, os rapazes que se mostrassem capazes continuariam a receber instrução, ao passo que os demais cessariam os estudos e tornar-se-iam negociantes, mercadores, etc. Os rapazes que continuassem naquele sistema educacional receberiam dois anos de instrução como cadetes. Aos vinte, os julgados incapazes para continuar passariam para a classe militar e ficariam encarregados da defesa da pátria. Os restantes fariam um curso mais extenso de Filosofia, Matemática, Música, Ciências e outras matérias culturais e, eventualmente, tornar-se-iam líderes na sociedade. Nesse sistema, Platão procurava empregar a educação para a escolha de homens para os vários deveres de um grupo social. Em cada caso, porém, procurava selecioná-los em termos de sua capacidade, segundo era descoberta pelo próprio sistema educacional. É evidente que Platão considerava a educação uma questão de interesse estatal. Devia ser sustentada e controlada pelo Estado, sendo sua função selecionar e preparar homens para nele servirem. Platão acreditava que, se o Estado adotasse tal sistema educacional, teria uma sociedade ideal, na qual todos se dedicariam ao trabalho para o qual fossem aptos e estivessem preparados, e a sociedade, assim, seria feliz.
Aristóteles afirmava que o objetivo da educação é fazer as pessoas virtuosas. Devia, portanto, haver três períodos de treinamento, adaptados aos três períodos do desenvolvimento do homem. O primeiro que vai do nascimento aos sete anos de idade, seria inteiramente dedicado aos exercícios do corpo, como preparativos para o ensino escolar formal. O segundo seria o do ensino formal, indo dos sete aos vinte e um anos. Consistiria no ensino da Literatura, Música, Ginástica, etc. Na teoria de Aristóteles, como na de Platão, a educação era questão afeta ao Estado, cabendo a este controlá-la. Segundo Aristóteles, cumpre ao Estado determinar quais as crianças que, devido a um defeito físico, devem viver e quais as que devem ser destruídas logo após o nascimento. O Estado determina, também, com quem o homem deve casar-se, a fim de ser assegurada uma prole desejável. O Estado, afirmava ele, deve empregar a educação para criar cidadãos que possam defendê-lo e torná-lo melhor.
Fonte: http://www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/e00homem.htm. Acesso em 30/04/2012 às 17:38h.
Concordo plenamente com Platão: que a coisa mais valiosa que o homem pode possuir é o saber, através dele podemos nos libertar e tornarmos cidadãos conscientes de nossos direitos e deveres.
ResponderExcluir